quinta-feira, 7 de abril de 2011

:: Se eu pudesse...

Se eu pudesse diria que sinto saudades
que teu beijo ainda não foi esquecido
Suas mãos, seu gosto, seu cheiro
Tudo isso ainda faz parte
Aqui em mim,
do que um dia você construiu e eu desisti.
Só que agora,
vejo um muro de tempo separando cada vez mais nós dois
sem eu encontrar um caminho de volta
para aquela história que um dia a gente acreditou.
Continuo não te pedindo nada,
segui porque é assim que tem que ser.
Mas se um dia você se perguntar
se eu ainda penso em ti,
saiba que é por você
que meu coração dispara.

:: Heróis

Quando a gente é pequeno a gente tem como heróis o Superman, o Batman, o Homem-aranha e tantos outros. E a gente acha que os heróis são aqueles que vencem sempre, que não erram nunca e que no final sempre resgatam com sucesso a mocinha que corria perigo. Quando a gente cresce, a gente percebe que os heróis e a vida são um pouco mais complexos do que isso. Que algumas coisas não se tratam apenas de sim ou não, de certo ou errado, de vencer ou perder. Que nossos heróis não são aqueles que a gente imaginava quando criança, mas são aqueles feitos de carne e osso, que não são perfeitos, que estão passíveis de erros e acertos, de vitórias e derrotas e que por mais que tentem, às vezes não conseguem alcançar a mocinha dos seus perigos reais.
A gente percebe que nossos heróis nem sempre podem nos salvar, que seus ultrapoderes não garantem a nossa segurança, que suas emoções humanas também nos fere, que nem sempre fazem coisas brilhantes ou extraordinárias.
Nossos heróis, tantas vezes anti-heróis, não se referem aos semi-deuses no céu ou aos homens comuns presos à terra. São aqueles que nos fazem voar, não por terem capas, mas por terem asas para ir além.

Ao meu grande herói, papai.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

:: Janela das desiluões

Me faltou coragem. Coragem pra prosseguir e coragem pra ficar. Ter você aqui machucava, mas não ter você parece que machuca mais. Eu andei sorrindo mentiras por ai, não com a pretensão de te enganar, porque sei que isso não seria possível, mas com a vontade de enganar a mim mesma. Tenho raiva de você por isso, você parece ser o único capaz de me ler tão bem, a ponto de chegar na frente de mim, a ponto de conhecer todos os meus ataques e todas as minhas defesas. Mas mesmo isso não foi capaz de me manter por perto, como alguém que teria a chance de ter tudo, desperdiça isso a ponto de me deixar partir? Você nunca perde pra mim, e eu nunca ganho pra você, nunca há vitória entre nós dois. Depois disso eu espalhei mais sorrisos por aí, pra ver se um deles prendia alguém no fundo dos meus olhos. Não funcionou. Eu não consegui. Esse meu jeito de querer tudo insanamente perfeito, me atrapalha. E eu sempre atropelo as coisas. Parece que você era o único capaz de aceitar isso, mesmo nunca tendo me compreendido de fato.

E tudo isso não se trata de uma confissão, ou um pedido de volta, é só o meu desabafo de uma noite fria e silenciosa. Que sei também que você pensa e lembra de mim, do nosso jeito errado, a gente sempre deu certo. Ruim sentir essa sensação de vazio e solidão, mas ainda sou uma apenas. Pior quando éramos nós dois e ainda sim, era uma pessoa só, e essa sensação vinha do mesmo jeito que vem agora. E esse uma não é de artigo indefinido, apesar de tanta coisa indefinida entre nós dois por ora.

Desculpa a franqueza indelicada que eu trato das coisas, delicadeza pode fazer parte dos meus gestos, mas nunca fez parte das minhas palavras ou boca... É que uma hora o coração cansa de encontrar frestas ao invés de portas.