terça-feira, 7 de setembro de 2010

:: Amor primeiro

Lembro de ficar sentada aqui, nessa mesma varanda com você, ouvindo o barulho da chuva, vendo as árvores do jardim da frente dançarem bem à nossa frente, de ouvir os sons dos ventos e de imaginar os seus segredos, dos raios caindo atrás das montanhas e do seu jeito de me segurar firmemente. Da sua voz doce sussurrando aos meus ouvidos coisas das mais inapropriadas, dos momentos à meia luz no nosso quarto enquanto você me amava gentil e incansavelmente. Ou dos seus rompantes de romantismos a qualquer hora e ocasião do dia.
Lembro de ficar sentada aqui olhando o rio passar, esperando você acordar e me abraçar por trás da cadeira e me beijar a testa; da sua cara de assustado quando dizia que me amava mais que a própria vida; do seu sorriso travesso de criança; do seu cheiro à flor da pele minha; da beleza da nossa ingenuidade de acreditar em tudo isso.
Lembro de acreditar que juntos poderíamos mais, que nosso amor poderia nos levar além, além de tudo e de todos; e que sempre estaríamos juntos não importasse o tempo ou as situações que a vida nos impusesse.
Lembro do pinheiro do quintal de trás, que guardava nossos segredos; onde juntos gravamos nossos nomes dentro de um coração; onde deitados debaixo dele, fizemos juras de amor incondicional e de entrega, sob os olhares atentos dos céus estrelados e das noites intensas.
Lembro de tudo como se fosse hoje, seu beijo, seu amor, seu colo, seu cheiro... mesmo tendo se passado tanto tempo, mesmo tendo se quebrado tantas ou todas as promessas, mesmo que o amor nos tenha separado com o tempo, mesmo com as juras desfeitas, mesmo que a vida nos tenha levado a caminhos diferentes daquele que esperávamos, mesmo tudo tendo saído errado no fim das contas...
Valeu cada choro; cada lágrima; cada tristeza e lástima; cada entrega ou jura; cada sorriso; cada coisa; cada sonho. Só porque foram vividos com você... meu amor, primeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário