quinta-feira, 2 de setembro de 2010

:: À você irmã querida

Gigi,

Nossa, é até difícil escrever pra você... a gente já passou por tanta coisa... tantas coisas juntas, tantas separações, tantas coisas boas e tantas outras ruins.
Nós brigávamos feio, e feio é pouco pro que a gente brigava! Era porrada mesmo... Com direito à cabo de vassoura, porta de armário, pedras, sapatos de salto alto, garrafas de vidro, pisadas na cabeça, gessos quebrado na cara... Seja lá o que for que tivéssemos na mão. Parece até meio perverso, mas no fundo era engraçado. Dois minutos depois estávamos nós, brincando, como se nada tivesse acontecido.
Nossa infância foi conturbada, muita coisa foi difícil pra gente, muita coisa nos magoou, tivemos muitas perdas, ficaram muitas marcas... Nós poderíamos ter escrito uma história triste hoje, mas não foi o que aconteceu. Nós conseguimos passar por tudo, não saímos ilesas é verdade, mas saímos fortes, maduras, sensíveis.
Com o tempo veio a sabedoria e, aprendemos que cada um de nós, tem um tempo certo aqui pra aprender as coisas... E que por mais que quiséssemos, por mais que tentássemos mudar as coisas ou as pessoas ao nosso redor, elas não mudaram simplesmente só pelo nosso desejo, pelo maior e mais profundo grito de nossas almas.
Tão pequenas, tão inocentes, mas tão exigidas pela vida. Nos impuseram a crescer e a entender o que não era compreensível.
Irmã, nessa tortuosa estrada que vivemos, separadas pelas circunstâncias, mas unidas pela dor e por nossos corações é que aprendemos a amar, a crescer, a viver... E principalmente, a perdoar.
Tenho muito orgulho do que nos tornamos, mesmo que a vida ainda insista em nos derrubar...
Mesmo distante fisicamente, que bom que hoje a tenho do meu lado, mais do que nunca, mais do que sempre.
Sua força hoje me fez acreditar, de novo.

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