quinta-feira, 24 de junho de 2010

:: Rosa-dos-ventos

Como o mesmo vento que traz e leva, que acalma e apetece, que de leve brisa ondulante aquece o rosto, tem a repentina capacidade de se transformar no sorvedouro escuro que tudo esmaga e esquece?
Verga a mente com asseverações e limitações, pelas necessidades flutuantes que o coração desconhece.
Como porventura, achar a rosa-dos-ventos que nos norteia o horizonte, se vivemos na cegueira egoísta que oblitera os caminhos que só o coração enxerga e conhece?
O que valerão os sussurros, a rosa-dos-ventos, o protagonismo se não soubermos ouvir o que o nosso coração mais anseia?
Como ouvir a voz que nos fala à alma?
Enquanto tivermos presos pelas voragens das loucuras cotidianas, das camuflagens que nos vestimos, da prepotência que nos atrofia, das incompreensões insultuosas, viveremos à espera do encaixe perfeito de peças que nunca estarão ali.
Que saibamos sentir o vento que nos toca rosto, a paz que nos conforta o espírito e a voz que nos fala ao coração, que de tudo sabe e de tudo reconhece.

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